► Regan POVEu ainda não sabia o motivo, mas estava preparando uma mochila esportiva. Coloquei lá umas roupas e alguns poucos utensílios eletrônicos. Coloquei uma alça nos ombros e sai do casebre que me abrigava nas montanhas. Corri rapidamente para um jipe que eu havia “ganhado” de Roland. Eu liguei a chave na ignição e parte em alta velocidade. Infelizmente, a estrada enlameada pela chuva forte que caia e o jipe antigo não me eram cúmplices. O carro ia com dificuldade descendo as ladeiras da montanha. Cheguei na cidade em meia hora. Nunca abri mão do meu hábito humano: dirigir. A cidade estava quase deserta quando cheguei lá. Andei até chegar em frente a um bar. Embaixo de uma marquise, coloquei a touca da encharcada jaqueta. Entrei no bar e logo cheguei numa mesa mais ao fundo. Estava quase vazio, e era iluminado apenas por duas lâmpadas muito fracas. Uma garçonete velha se aproximou de mim com um bloco de notas e um lápis.
- O que quer, senhor?
Ela era realmente mais velha do que eu para me chamar de “senhor”.
- Nada. Nada.
Eu fiquei por lá, secando por um tempo. Quando ninguém estava olhando, sai rápido do bar. Entrei no carro e parte em alta velocidade.
A estrada para sair de Walsh Lake era necessário descer uma estrada perigosa. Ainda mais com aquela chuva. Então, uma curva fechada veio. Não pude controlar o carro. Ele bateu na mureta. Pulei do jipe e ele caiu no precipício abaixou. Logo, vi-me deparado com um dilema. A, poderia esperar um carro e matar quem estivesse dentro. B, correr. Preferi a última.
Quinze minutos depois, cheguei na cidade seguinte. Ali não havia nenhum Vigilante. Enquanto passava em alta velocidade pela cidade, que eu nunca havia conhecido. A chuva passou. O céu, para minha sorte, não abriu. Esta noite eu iria caçar.
Vagando por uma rua escura, eu passei na frente de um beco. De lá saíram três homens encapuzados. Com arma em punho. Sorri.
- Perdeu playboy. Passa tudo agora!!
O homem mais alto disse, apontando a arma pro meu peito. Com um sorriso maldoso no rosto, peguei o braço dele e girei. Ouvi o braço dele quebrar e joguei-o pra dentro do beco. Os outros largaram as pistolas e saíram correndo. Eu pulei e peguei os dois pelo pescoço. Mordi o de um, depois do outro. Larguei os corpos e voltei para aquele do beco. Ele gritou e se debateu, mas logo caiu em óbito. Limpado a boca, voltei para o lugar em que jaziam os comparsas dele. Arrastei até o lado do outro. Feito isso, sai em busca de mais alguma vitima.
Fazia dez anos que eu era um vampiro, e nos primeiros seis anos que eu matava qualquer um que aparecesse. Agora, como um viajante, deveria voltar a fazer isso. Bem, entrei no subúrbio da cidade e larguei minha mochila detrás de um arbusto. Andando com as mãos no bolso, andava pela parte do comércio. Numa esquina, três mulheres faziam ponto. Repulsivo, no entanto, eu estava com fome. Peguei a mais velha de todas – deveria ter uns vinte anos – e levei-a a um hotel barato que havia ali.
No quarto, ela deitou-se costas na cama.
- Vire-se – eu ordenei. Sem entender nada, ela fez isso. Sentei-me do lado dela.
- Antes de tudo, tenho uma dúvida. Por que escolheu essa vida?
Sem entender nada, ela disse:
- Era a maneira mais fácil de se viver nessa cidade. As oportunidades de trabalho aqui...
- No entanto, existe sempre um jeito de se viver. Quanto você recebe por noite? Trezes, quatorze dólares? Tsc, tsc. Vender o corpo por tão pouco... Pena que o ponto vai perder uma de suas funcionárias.
Um brilho passou nos meus olhos. Avancei contra ela e mordi a jugular dela.
Depois que as outras duas garotas foram embora, eu sai do prédio. Passei pela recepção como um vento e voltei ao lugar que havia deixado minha mochila. Peguei-a e passei pelos ombros. Sai do subúrbio e corri para sair da cidade.
Eu estava escondido na mata quando o sol começou a despontar no céu. Senti-o tocando lentamente minha pele. Ergui o braço e fechei os olhos. Depois, sai da mata.
Agora eu era um vampiro nômade. Mais um no mundo de hoje. Talvez eu encontre mais deles por ai... Agora eu sou um Viajante...
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