► Catalina POVMinha irmã parecia tão entediada enterrando os cadáveres, ou melhor, os que virariam cadáveres. Ela andava tão chata aquela semana. Reclamava, pirava, dava pulos de alegria e quebrava umas árvores vez por outra. Não me lembro de ter sido tão maluca quando era recém nascida.
Bom, foi quando estava pensando naquilo que entendi que estávamos com problemas.
Fazia um tempo que eu estava sentindo um grupo de vampiros, quatro, acho, nos seguindo. Não dei muita atenção por que eles estavam há uns sessenta quilômetros, e também por que poderiam estar atrás do castelo de Bran, Mãããs, como minha adorada irmã estava me enchendo o saco, eu me distraí e parei de prestar atenção neles, só que, agora, eu estava convicta de que estávamos mesmo ferradas.
Era quatro. Um deles, o mais velho, devia ter uns duzentos anos, tinha uma habilidade bem bizarra para negócios. Acho que era lábia. O segundo devia ter uns doze, e não tinha nada de mais, só era asseado, maníaco, pra dizer a verdade. Devia abominar baratas e ter um removedor de manchas de sangue pra não deixar nada sujo depois de comer. Um tinha uns trinta anos como vampiro, e tinha uma resistência bem anormal ao cheiro de sangue. Ele parecia agüentar uma sala cheia de humanos com uma certa naturalidade se não estivesse com muuuuuita fome. E havia o monstrengo. Ele devia ter uns dois metros de altura e quatro de largura, era um bicho que esmigalharia os nossos ossos.
Por uma razão bem óbvia, acho que o mais velho era o líder. Ele escolheu a "turma" dele muito bem. Um pra se misturar com os humanos, tipo um agente duplo, outro pra limpar a bagunça e evitar uma visitinha dos Volturi e outro pra esmagar a concorrência. Malditos vampiros. Eu já podia sentir o cheiro deles
- Maggie. - Sussurrei - Vampiros!
- Você já disse. - Ele respondeu fazendo um careta.
- Não, não os do castelo! - Eu argumentei zangada e Magaletha pareceu interessada - São quatro, e estão seguindo a gente!
- Como assim? - ela perguntou franzindo o cenho.
E, antes que eu pudesse responder os quatro apareceram bem ali. Saquei que o líder devia ser bem dramático, já que todos estavam fazendo poses, menos o grandalhão - que tinha mesmo dois metros de altura e quatro de largura - que estava tentando sem muito resultado.
Havia um garoto loiro, talvez da minha idade, um pouco mais baixo, que devia ser o que agüentava bem o cheiro de sangue. O que estava na direita era ruivo, magro, com feições femininas e sorria alegremente, como uma criança orgulhosa por tirado um A+ numa prova difícil e, obviamente era o alérgico a tudo. O último, o líder, se vestia como o Ville Valo(vocalista de uma banda que a Maggie A-DO-RA) ou o Criss Angel. Super. O cara saiu de um filme, ou o Zé do Caixão teve um filho com a Julia Roberts, e a criatura estava na nossa frente.
Tinha que ser culpa da Mag. Só ela pra atrair um nanico, um cara que devia andar com Spray desinfetante na mochila, um maluco que só podia ser um vampiro de filme e a Muralha da China. Palmas para a Maggie, ela merece.
- Precisam de alguma coisa? - Ela perguntou, a voz séria e confiante
- Na verdade - O líder respondeu. Ele estava tão seguro que fez Magaletha parecer uma criançinha assustada - Estamos com fome.
Minha irmã piscou como se tivesse entendido que não podia intimidar um ser daqueles. Ele tinha a mesma tranqüilidade do Marilyn Mason, e pra aqueles que não sabem, diante das críticas, o Marilyn Mason é muito zen.
A nossa cara, a cara das irmãs Lacastus, pra ninguém ficar confuso, estava impagável! Maggie olhava pra mim com a boca escancarada, eu gaguejava pra ela um monte de coisas sem nexo. Era impressionante como o cara era convincente, como se não desse pra dizer não á ele.
Bom, naquela hora eu quase gritei "Larga o carrinho e pica mula, criatura!" mas acho que ela entendeu o meu olhar. Catamos os nossos pedaços, e saímos de lá com o resto de dignidade que ainda tínhamos.
Bom nós perdemos a nossa comida mais fizemos um bando de vampiros felizes. Isso podia ajudar em alguma coisa... Não, sem dúvida que não.
Não falamos nada até chegarmos ao castelo.
- Uma escalada? - Perguntei, encarando uma janela no último andar
- Vamos ver quem chega primeiro! - Ele concordou alegremente, enganchando o pé esquerdo num tijolo saliente.
- Isso aí... - Respondi retribuindo o sorriso e me agarrei na parede.
Então começamos a escalar.
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